Por Róbinson Gambôa, de Florianópolis
Uma comunidade formada recentemente em Palhoça está servindo como principal locação para a gravação do documentário “Mães da Favela”, um projeto desenvolvido pela Central Única das favelas, a CUFA, entidade com sede no Rio de Janeiro conhecida por iniciativas em defesa da população das periferias em todo o Brasil. A chamada Ocupação Elza Soares reúne cerca de 130 famílias numa área no bairro Frei Damião, ao lado de outras duas ocupações mais antigas.
No Rio de Janeiro, o projeto Mães da Favela arrecada desde o início da pandemia alimentos, roupas e outros utensílios, que são distribuídos em comunidades em situação de vulnerabilidade social. No ano passado, o projeto inspirou um programa exibido pela TV Globo na noite de 1º de dezembro, que ganhou o nome de “Mães do Brasil”, uma parceria da Globo Filmes com as empresas Favela Filmes e a KondZilla.
Há cerca de um mês, as equipes de gravação da Cufa estiveram na ocupação Elza Soares, onde conversaram com moradores, principalmente mães-solo, que enfrentam jornadas de trabalho dobradas para sobreviver junto aos filhos. Dessas primeiras gravações, foi feito um clipe, disponibilizado nesta semana no you tube, e que serve como um trailler para o filme. O diretor do longa, Alex Gabriel Gonçalves, deve retornar a Palhoça nos próximos dias para iniciar uma segunda e definitiva etapa de gravações, desta vez com entrevistas com as personagens escolhidas.
- São todas elas mulheres guerreiras, sendo mostradas na realidade de suas vidas na maior favela de Santa Catarina - Frei Damião – comentou Gabriel, em uma de suas postagens.
Desde que as 130 famílias ocuparam em janeiro deste ano junto ao Frei Damião um terreno abandonado, que há muitos anos servia como depósito de lixo e entulho, os novos moradores enfrentaram a repressão da Polícia Militar e a fúria de supostos proprietários. Num primeiro momento, uma ação de reintegração de posse conseguiu uma ordem de despejo, que foi cumprida pela Polícia. No entanto, assim que as famílias voltaram ao local e reergueram os primeiros barracos, a Justiça se manifestou exigindo que a situação seja discutida com a participação de todas as partes envolvidas, inclusive a Prefeitura, que segue omissa quanto ao problema.
Confira o clipe:
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